1600 “novos mártires e testemunhas da fé”

O Papa Leão XIV vai presidir a uma celebração ecuménica que evoca 1600 “novos mártires e testemunhas da fé” de várias confissões cristãs, este domingo, dia 14 de setembro, em Roma, uma iniciativa pelo Ano Santo 2025, o Jubileu da Esperança promovido pela Igreja Católica.

“Destes 1600, a maior parte delas ocorreram em África, é o continente onde há registos de mais incidentes de ataques às Igrejas, de intolerância, de discriminação, mas de perseguição também, violenta, pura e dura. E entre os vários países em África a Nigéria destaca-se, é o país mais populoso, a realidade religiosa está dividida, metade do norte são mais muçulmanos e o sul são cristãos, agricultores, pastores no norte”, explicou Félix Lungu da fundação pontifícia AIS, à Agência Ecclesia.

Félix Lungu lamenta que “os cristãos continuam a ser perseguidos, não só os cristãos”, e assinala que quando uma pessoa é perseguida, “quando é encostada a uma pistola, a uma arma, não lhe perguntam se é ortodoxo, se é protestante, se é católico”.

“Há um ódio à fé cristã, e é nessa unidade de facto que se encontra um caminhar juntos de todas as denominações cristãs”, observa.

O Papa Francisco anunciou em julho de 2023 a criação da “Comissão dos Novos Mártires – Testemunhas da Fé’, no Dicastério para as Causas dos Santos, no contexto da celebração do Ano Santo de 2025; durante o Grande Jubileu, com o Papa São João Paulo II, estas pessoas foram lembradas numa celebração ecuménica, que reuniu no Coliseu de Roma representantes das Igrejas e comunidades eclesiais de todo o mundo, no dia 7 de maio de 2000.

“Tanto no Jubileu de 2000, como neste Jubileu de 2025, o objetivo é registar, criar um catálogo, assegurar a memória”, salientou Félix Lungu, que a partir da “expressão muito bonita, ecumenismo do sangue” de São João Paulo II, realçou que ecumenismo leva a pensar “numa ligação mais estreita, a caminhar juntos”.

A celebração ecuménica que evoca 1600 “novos mártires” de várias confissões cristãs, decorre a partir das 17h00 (menos uma em Lisboa), na Basílica de São Paulo fora de muros; acontece na festa da Exaltação da Santa Cruz, com 24 delegados de várias Igrejas e comunidades cristãs.

O grupo dos novos mártires, mortos no século XX, incluem 314 testemunhas da fé da Améria, 43 da Europa, 277 no Médio Oriente, 357 na Ásia e Oceânia, 634 na África e 110 mortos durante as missões, em várias partes do mundo.

A cerimónia inclui leituras bíblicas, uma reflexão de Leão XIV, a proclamação das bem-aventuranças, intenções de oração e a apresentação da história de vida dalgumas testemunhas de fé, como a irmã Leonella Sgorbati, morta na Somália, em 2006, ou um grupo de cristãos evangélicos mortos por terroristas, em 2019, no Burquina Faso.

Fotografia: Vatican Media

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