O Papa Francisco depois de ter visitado a República Democrática do Congo encontrou-se no sábado 4 de fevereiro, penúltimo dia de visita no Sudão do Sul, com deslocados internos daquele país no ‘Freedom Hall’, de Juba, junto dos quais denunciou o “maior crise de refugiados do continente” africano, apelando ao fim da guerra no país.
“Aqui perdura a maior crise de refugiados do continente, pelo menos com quatro milhões de desalojados, filhos desta terra, com a insegurança alimentar e desnutrição que afetam dois terços da população e com previsões que falam duma tragédia humana que se pode agravar ainda mais, no curso do ano”, alertou, na terceira intervenção da sua visita, iniciada na sexta-feira.
Dirigindo-se aos responsáveis políticos, da sociedade civil e da comunidade internacional, Francisco sustentou que “não se pode esperar mais”.
“Um número enorme de crianças nascidas nos últimos anos só conheceu a realidade dos campos de desalojados, esquecendo-se do ambiente de casa, perdendo a ligação com a própria terra de origem, com as raízes, com as tradições”, lamentou.
O encontro começou com a projeção de um vídeo comentado pela vice-representante especial de António Guterres para a Missão das Nações Unidas no Sudão do Sul, Sara Beysolow Nyanti, e com o testemunho de crianças que fazem parte das milhares de pessoas a viver em campos de refugiados na capital do país africano.
“O futuro não pode ser nos campos de desalojados. É preciso – justamente como pedias tu, Johnson – que todos os rapazes como tu tenham a possibilidade de ir à escola e também o espaço para jogar futebol”, disse o Papa, após ouvir estes testemunhos.
Num discurso em italiano, traduzido por um sacerdote para o inglês, Francisco alertou para as consequências da violência e das catástrofes naturais sobre a população do Sudão do Sul, independente desde 2011.
“Milhões dos nossos irmãos e irmãs como vós, incluindo tantas mães com os filhos, tiveram de deixar as suas terras e abandonar as suas aldeias, as suas casas. Infelizmente, neste martirizado país, ser desalojado ou refugiado tornou-se uma experiência habitual e coletiva”, declarou.
Adaptado de Agência Ecclesia