Papa pede lugar para Jesus em “humanidade insaciável”

O Papa presidiu na noite de 24 de dezembro no Vaticano à Missa da noite da solenidade do Natal, questionando a “voracidade em consumir” que atinge a humanidade, sobretudo os pobres e vítimas da guerra.

“Penso sobretudo nas crianças devoradas por guerras, pobreza e injustiça. Mas é precisamente lá que vem Jesus, menino na manjedoura do descarte e da rejeição”, referiu Francisco, na homilia da celebração, conhecida popularmente como ‘Missa do Galo’.

“Tantas guerras! Em tantos lugares, ainda hoje, são espezinhadas a dignidade e a liberdade! E as principais vítimas da voracidade humana são sempre os frágeis, os vulneráveis”, acrescentou.

A intervenção alertou para o risco de se esquecer o significado do Natal, convidando a olhar para a “manjedoura” e aprender com este sinal do presépio, onde “Cristo entra em cena no mundo”, as lições da proximidade, pobreza e da vida concreta.

“Nós somos chamados a ser uma Igreja que adora Jesus pobre, e serve Jesus nos pobres. Como disse um santo bispo: ‘A Igreja apoia e abençoa os esforços tendentes a transformar as estruturas de injustiça colocando apenas uma condição: que as transformações sociais, económicas e políticas redundem em autêntico benefício para os pobres’”, indicou, citando o santo salvadorenho D. Óscar Romero, assassinado em março de 1980.

A homilia apontou como “grandes riquezas da vida” as relações, as pessoas e o Menino Jesus, que se pode visitar nas “nas pobres manjedouras do mundo”.

“Não deixemos passar este Natal sem fazer algo de bom. Uma vez que é a festa dele, o seu aniversário, ofereçamos-lhe prendas de que Ele gosta! No Natal, Deus é concreto: em seu nome, façamos renascer um pouco de esperança em quem a perdeu”, apelou.

“Deus nasce numa manjedoura para te fazer renascer precisamente lá onde pensavas ter tocado o fundo”, apontou Francisco, antes de desafiar os presentes a superar “o medo, a resignação, o desânimo”.

A Eucaristia terminou com o hino ‘Adeste Fideles’, cuja autoria tem sido atribuída ao rei D. João IV (1604-1656).

Adaptado de Agência Ecclesia

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