Confissão é secreta, «do início ao fim»

O Papa Francisco reafirmou a 25 de março  que a Confissão sacramental é secreta “do início ao fim”, falando aos participantes da 32ª edição do Curso sobre o Foro Interno do Tribunal da Penitenciaria Apostólica, no Vaticano.

“O diálogo confessional está vinculado pelo sigilo, é secreto do início ao fim”, disse na audiência, no Auditório Paulo VI, onde distinguiu do diálogo de acompanhamento espiritual que “é reservado, embora de forma diferente”.

Os 800 participantes do curso promovido pelo Tribunal da Penitenciaria Apostólica aprofundam o ‘Sacramento da Confissão’ e Francisco destacou que era “um bom sinal”, porque hoje uma mentalidade generalizada “tem dificuldade de entender a dimensão sobrenatural, ou até mesmo quer negá-la”.

O Papa destacou que “o perdão é um direito humano”, um ‘direito’ no sentido que Deus, no Mistério Pascal de Cristo, “o deu total e irreversivelmente a toda pessoa disposta a aceitá-lo, com um coração humilde e arrependido”.

Acolhimento, escuta e acompanhamento são “três dimensões essenciais do ministério do confessor” que Francisco desenvolveu na reflexão aos participantes da 32ª edição do Curso sobre o Foro Interno.

“Três faces do amor, às quais devemos acrescentar a alegria, que sempre o acompanha”, explicou.

Acolhimento, que “deve ser a primeira característica do confessor”, é a medida “da caridade pastoral, que é amadurecida no caminho da formação para o sacerdócio”.

“É rica em frutos “para o penitente como para o próprio confessor, que vive sua paternidade, como o pai do filho pródigo, cheio de alegria com o retorno de seu filho”, observou.

Sobre a escuta, o segundo elemento, o Papa realçou que “é mais do que ouvir”, e quer uma “disposição interior feita de atenção, vontade, paciência”.

“Se, enquanto o outro está a falar, já se está a pensar no que dizer, o que responder, então não estamos a ouvi-lo, mas a nós mesmos. A escuta é uma forma de amor que faz a outra pessoa sentir-se verdadeiramente amada”, alertou, acrescentando que implica esvaziar-se de si “para acolher o outro”.

Francisco salientou que um confessor “não decide no lugar dos fiéis, não é o mestre da consciência da outra pessoa”.

“Simplesmente acompanha, com toda a prudência, discernimento e caridade de que é capaz, o reconhecimento da verdade e da vontade de Deus na experiência concreta do penitente”, desenvolveu, lembrando também que tem sempre como objetivo “o chamamento universal à santidade” e acompanha-o “discretamente na sua direção”.

O Papa incentivou a irem “de boa vontade ao confessionário”, que acolham, escutem, acompanhem, “sabendo que todos, mas realmente todos, precisam de perdão”, sentirem-se “amados como filhos por Deus Pai”.

Francisco pediu também aos participantes do Curso sobre o Foro Interno do Tribunal da Penitenciaria Apostólica também que leiam a ‘Nota sobre o foro interno e a inviolabilidade do sigilo sacramental’, publicada em 2019, e explicou que este documento ajuda a “redescobrir” o quanto é “precioso e necessário o ministério da Reconciliação”.
Adaptado de Agência Ecclesia

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