Santarém, 1 de Janeiro de 2022

Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus e Dia Mundial da Paz

Irmãos e irmãs

Hoje é dia da Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus; Primeiro dia do ano civil para evocar a Bênção de Deus para o mundo. É o Dia mundial da Paz. Dia para, com a intercessão de Nossa Senhora, reforçar a esperança na missão confiada aos cristãos da nossa Diocese, particularmente aos responsáveis dos movimentos e organismos diocesanos da pastoral.

A 1ª Leitura (Números, 6,22-27), revela a Bênção de Deus como a compaixão, o olhar amoroso de Deus sobre o seu povo na sua caminhada da vida. “O Senhor te abençoe e te proteja”; “O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face e te seja favorável”.

No Salmo responsorial: cantamos o desejo desta Bênção

No Evangelho (Lucas 2, 16-21), a Virgem Maria, é a referência da mulher abençoada e bem-aventurada. “O Senhor olhou para a sua humilde serva”. Aos pastores de Belém,e a nós, ela apresenta Jesus: Aquele que é Bênção de Deus no mundo, Aquele que veio para nos olhar, perdoar eabençoar na sua Paz. Ele é o Príncipe da Paz.

São Paulo, na 2ª Leitura (Gál 4,4-7), reflete que a Bênção de Deus, em Cristo,  é assegurada pelo Espírito Santo, enviado aos nossos corações através da ação apostólica da Igreja. Desta ação, a grande graça é nossa consagração como filhos de Deus.

Para este Dia Mundial da Paz, o Papa Francisco escreveu uma mensagem onde apresenta o diálogo entre as gerações, a Educação e o trabalho como instrumentos para se construir uma paz duradoura.

O diálogo entre gerações para resolver os problemas e para responder às muitas solidões: solidão nas pessoas de mais idade e também nos jovens com dúvidas quanto ao seu futuro. Diálogo para participar na vida da Igreja e da sociedade.

A Educação como motor da paz para se crescer na respeitabilidade e integração de todos e edificar uma sociedade mais justa.

O trabalho é um fator indispensável para construir e preservar a paz. É o lugar onde aprendemos a dar a nossa contribuição para um mundo mais habitável. O trabalho digno é necessário para a realização da vida e desenvolvimento da sociedade e do mundo.

O Papa lembra que todos podemos participar na construção do mundo mais pacífico.

Irmãos e irmãs, partilho convosco algumas informações acerca da vida da Diocese.

O ano de 2021 foi longo e dramático gerando perplexidade e medo. Muitos de nós estivemos infetados com o vírus covid-19 e perdemos amigos que faleceram.

Nas Comunidades cristãs encontraram-se formas de partilha da mensagem cristã, com celebrações da eucaristia transmitidas e encontros de catequese e formação através das plataformas de comunicação.

Chegado à Páscoa, reabriram-se as igrejas com instruções sobre os cuidados a observar quanto à forma de participar na celebração da Eucaristia. Instruções provisórias para defender a saúde que nem todos os cristãos aceitaram bem.

A pandemia revelou a coragem e generosidade de muitas pessoas que, no setor social agiram de forma muito eficiente. Além dos profissionais nas Instituições públicas de saúde, é de registar o trabalho desenvolvido pelas Misericórdias, Centros Sociais Paroquiais e outras IPSS, Grupos da Cáritas outros Grupos sócio caritativos.Quando se chegou a pensar que a concentração das pessoas idosas nos lares seria uma desgraça, felizmente revelou-se uma defesa. Portugal, foi dos países da Europa onde faleceu menos pessoas idosas residentes em lares comunitários.

Em toda a área geográfica da Diocese, é de registar o forte empenho e apoio das Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia na resposta às situações críticas da pandemia. Foi um ano que reforçou a importância da governação de proximidade.

No mês de setembro muitas pessoas assumirem a sua participação semanal na celebração da missa de domingo e muitas crianças iniciarem o seu ano de catequese. Chegados ao mês de dezembro, na última quinzena, como um fogo que se alastra, uma nova variante do vírus veio de novo colocar-nos em alerta e a viver com limitações.

Em todas as situações, o medo não se vence mas é superado pela prudência, a coragem e o espírito de serviço. A pandemia revelou quanto é importante promovermos os sacramentos da fé e os sinais de solidariedade e comunhão fraterna. Na maioria das Paróquias retomaram-se os grupos de Catequese e foi promovida a etapa da Primeira Comunhão das crianças. Diversos grupos recuperaram a sua preparação para receberem o Sacramento do Crisma. Assim, no ano civil de 2021, tivemos na Diocese 38 celebrações com Crismas, tendo sido crismadas 542 pessoas (448 jovens e 94 adultos).

Na Pastoral juvenil, nem toda a programação foi possível realizar. Porém, os Movimentos Juvenis procuraram assegurar algumas celebrações do grupo, alguns encontros de reflexão e oração. Foi possível a realização da Jornada Diocesana da Juventude. Outras atividades foram suspensas ou adiadas, como aconteceu recentemente com o Convívio Fraterno.

Há outros aspetos positivos que registamos e vale a pena partilhar.

-A Igreja Paroquial da Atalaia, concelho de Vila Nova da Barquinha, está beneficiada com obras concluídas de melhoramentos e conservação.  É um imóvel classificado e o projeto de obras teve oimportante empenho da respetiva Câmara Municipal.

Na cidade de Tomar, a Igreja de São João Batista,encontra-se em obras de conservação. A candidatura de apoios de financiamento teve o apoio da Câmara Municipal de Tomar.

Com o protocolo estabelecido com a Câmara Municipal de Santarém, estão a ser efetuadasobras de conservação da Igreja de Santa Iria, na Ribeira de Santarém. Já se notam no exterior alguns efeitos dos trabalhos realizados.

Quanto ao novo ano civil, na continuidade do nosso ano pastoral 2021-2022, temos presente o olhar especial sobre a Família, os jovens, o ambiente vocacional e a fase diocesana do Sínodo dos Bispos.

Na Pastoral Social, é bom saber que a Cáritas Diocesana de Santarém, a pedido do Bispo, aceitou alargar a sua missão. Assumiu a responsabilidade de conhecer melhor a realidade dos estrangeiros migrantes que residem e trabalham na área da Diocese e cuidar das respostas possíveis de acolhimento e apoio. Não tínhamos nenhum organismo nomeado para este efeito.

As migrações é um dos problema do nosso tempo, a nível global, que não se resolve com discursos odiosos e visões redutoras da humanidade e seus problemas. O que devemos é rejeitar o tráfico humano e a exploração humana e promover a migração legal.  

Relativamente aos pastores, temos na Diocese uma redução no número de sacerdotes que nos deixa preocupados. Em quatro anos da minha presença, faleceram 6 (seis) padres, 2 (dois)pediram dispensa do exercício do ministério, 1(um) sacerdote idoso pediu para regressar ao seu país de origem, a Polónia, outro pediu para fazer uma experiência missionária em Santiago do Chile e deixámos de contar com a colaboração de 3 (três) sacerdotes missionários Vicentinos, em Salvaterra de Magos, onde a respetiva Congregação da Missão esteve desde a origem da Diocese.

Entretanto, nestes quatro anos, tivemos a Ordenação de 3 (três) novos padres. Um outro, o Padre Marco Casquilho, incardinado na nossa Diocese mas vinculado à Sociedade Missionária Boa Nova, solicitou à Santa Sé a dispensa do vínculo que tinha com a Sociedade Missionária Boa Nova para ter integração plena no presbitério da Diocese de Santarém. A Santa Sé já respondeu a autorizar e ele já se encontra a colaborar, exercendo o ministério em Paróquias da Vigarariade Torres Novas.

Quanto a Comunidades de Religiosas, passámos a ter uma nova Congregação na nossa Diocese. As irmãs da Congregação do Amor de Deus passaram a ter uma comunidade na Paróquia de Moitas Venda, Vigararia de Alcanena.

Outros aspetos

Saliento a experiência dos Grupos de reflexão do Sínodo, cujo resultado e efeito mais adiante se avaliará. Fui informado que, em várias paróquias, os grupos estão a reunir com fidelidade e com proveito crescente na participação, oração e reflexão partilhada.

Neste trimestre, está projetado o Bispo retomar a Visita Pastoral nas paróquias da Vigararia de Torres Novas. Vamos esperar que se criem as condições de segurança da saúde para prosseguirmos com a Visita.

Esperamos também que haja condições para realizar o que está previsto no programa pastoral. Desejamos a melhor participação nas atividades promovidas pela Pastoral Familiar, e igualmente o empenho dos jovens com o desafio da caminhada de preparação para a Jornada Mundial da Juventude.

O novo ano na Diocese, como aconteceu nos dois últimos anos, necessita da generosidade e da coragem dos cristãos leigos, nos mais diversos Movimentos e organismos da Pastoral. As crises e dificuldades são desafios para afirmarmos a nossa fé e a nossa esperança, com dedicação e serviço.

A terminar, uma informação. A Santa Sé anunciou que o ano de 2025 vai ser um Ano Santo para toda a Igreja. Assim, teremos garantido um enriquecimento espiritual para um ano que para nós é especial. Em 2025 celebraremos o Cinquentenário da criação da Diocese de Santarém em Ano Santo para toda a Igreja.

Por intercessão da Virgem Santa Maria, Mãe de Deus e Rainha da Paz, Cristo nos abençoe e faça de nós uma Bênção para o mundo.

+ José Traquina

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