Terminou, ao final da manhã de hoje, em Praga, a primeira parte da Assembleia Continental Europeia do Sínodo 2021-2014, com o tema “Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”, que contou com a participação, presencial e online, da delegação da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).
Ao terminar este encontro, o Presidente da CEP, D. José Ornelas, afirmou que esta foi uma “oportunidade extraordinária” para “escutar a Igreja da Europa nas suas dificuldades, nas tensões que existem, mas na vontade de ultrapassá-las e de viver em comum o ser Igreja”.
“Uma das palavras que mais se ouviu aqui, foi ‘unidade na diversidade’, a convergência na diversidade daquilo que somos, não querendo ser uniformes, mas ser verdadeiramente irmãos e irmãs na mesma Igreja”, disse.
Destacando que os dias de escuta e discernimento, em Praga, foram de uma “discussão muito clara e transparente”, aludiu à importância de a Igreja refletir sobre “as dificuldades da guerra, das desigualdades, das migrações, da integração e de compreensão dentro da Igreja”.
“Este não é o fim do processo sinodal na Europa. Na transparência das nossas discussões, da nossa capacidade de escutarmos e de falarmos – disse D. José Ornelas – estamos a caminho de um Sínodo da Igreja toda e queremos, como Europa, dar o sentido daquilo que somos, nas dificuldades mas na esperança do caminho que percorremos juntos”.
Complementando a síntese nacional que tinha sido apresentada na terça-feira, Carmo Rodeia, em nome da delegação portuguesa, alertou, ontem, para a ausência dos jovens no processo sinodal em curso, apontando a realização da Jornada Mundial da Juventude em Portugal, em agosto deste ano, como oportunidade para a sua integração (vertranscrição da intervenção na página 2).
A Assembleia Continental prossegue, de 10 a 12 de fevereiro, apenas com a presença dos Bispos que presidem às 39 Conferências Episcopais da Europa.
Praga, 9 de fevereiro de 2022
Intervenção de Carmo Rodeia, membro da Equipa Sinodal da Conferência Episcopal Portuguesa
“Um dos assuntos em Portugal, no Sínodo, foi o desejo de ter mais jovens a participar no processo. Olhando para esta Assembleia, com o todo o respeito, pergunto-me: “Onde estão os jovens?”.
O ponto de partida para “alargar a tenda” de que temos vindo a falar nos últimos dias foi dado em 2018 com o Sínodo dos Bispos sobre “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”, com a exortação pós-sinodal “Christus Vivit”, na qual o Santo Padre exortou os jovens a ser, não o futuro, mas o presente da Igreja. Aqui estamos, de novo: Onde estão eles neste encontro?
Partilho convosco a experiência sinodal que estamos a ter em Lisboa, com a preparação para a Jornada Mundial da Juventude, de 1 a 6 de agosto, para a qual convidamos todos os jovens, especialmente os europeus. É muito mais do que um evento; é também uma oportunidade para os jovens partilharem com outros jovens o seu entusiasmo em conhecer Jesus.
Se queremos jovens comprometidos, temos de os conduzir ao compromisso, ouvi-los, dar-lhes voz, aproximarmo-nos deles, dos seus problemas e das suas preocupações.
Gostaríamos de ter os jovens dentro da tenda. Vamos tentar ter os jovens entre nós e, em vez de falar sobre eles, talvez da próxima vez, eles possam falar sobre si próprios.”