Tempo de Namoro: Um caminho conjunto de descoberta da beleza do Amor

14 de fevereiro de 2023

Os namoros acontecem, com frequência, num período da vida dos jovens marcado por diversas decisões importantes: escolha do curso ou da faculdade, mudanças de casa e/ou cidade… numa fase da vida que goza de maior autonomia e ao mesmo tempo de um sentimento crescente de responsabilidade pelas opções que se tomam e vão definindo o caminho futuro.

Escolhas que, quanto mais livres e conscientes forem, mais seguramente responderão aos desejos do coração, sendo o mais profundo e universal o de amar e ser amado.

O Papa Francisco, num encontro com os jovens em 2015, refere que “o amor é concreto e está mais nas obras do que nas palavras, e tem dois eixos sobre os quais se move: o amor dá-se e o amor comunica-se. Deus começou a falar de amor quando se deu, quando estabeleceu uma história com o seu povo.

O namoro, quando vivido com verdade, vai incorporando, de forma natural e progressiva, estas diferentes dimensões e contextos de vida de cada um dos protagonistas: família e amigos, trabalho/estudo, vivência da fé em Igreja e noutros grupos, num caminho de progressivo crescimento e intimidade.

Para se conhecerem melhor e fazerem boas escolhas, os namorados precisam de multiplicar encontros, estar face a face, falar de si com verdade e sem medos. Precisam simultaneamente do treino da escuta do outro, de acolher a sua realidade com generosidade, de conhecê-la e compreendê-la. Há um diálogo, troca de olhares, de interesses e de gostos, de ideias e de ideais, uma partilha de sonhos, que vai ganhando corpo e que vai ocupando espaço.

O namoro cristão é, por excelência, um tempo privilegiado de conhecimento de si mesmo e do outro, passo a passo, sem “queimar etapas”. É um tempo de aprendizagem dos ritmos e tempos do outro, um tempo em que duas histórias de vida diferentes vão dando origem a uma narrativa comum.

Esta vivência cristã do namoro, contrasta com alguns exemplos a que assistimos nos filmes, em livros ou séries populares que, por vezes, transmitem um carácter mais provisório das relações. No entanto, um namoro sério, começa quando se experimenta e reconhece que o amor é feito de obras e de diálogo, de dar e receber, de respeito pela própria vida e pela vida e ritmos do outro.

Os jovens namorados encontraram hoje alguns desafios e provas no seu percurso: a cultura enraizada do provisório e do imediato, a pandemia que nos isolou e fragilizou relações, a guerra na Europa que deixa um rasto de destruição, o custo de vida a aumentar, os trabalhos precários ou desemprego. Tudo isto coloca-os perante a tentação de adiar escolhas definitivas, de viver apenas o momento e não fazer grandes planos, de experimentar e descartar se não corre como esperamos ou gostamos.

O amor tem futuro e Jesus Cristo encoraja os jovens namorados para que não tenham medo. Foram criados para o amor e só se realizarão definitivamente quando viverem no dom de si mesmos.

Acreditem que o amor persiste, vence obstáculos, sobrevive a crises quando há compromisso e diálogo.

Não tenham medo de sonhar e de fazer planos em conjunto, de viver e escolher a beleza deste caminho de compromisso com Jesus Cristo sempre no centro da vossa relação.

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