“Não nos cansemos de fazer o bem” (Gal 6,9)

Caros Diocesanos

Numa fase de maior descontração, relativamente às limitações da pandemia, aproveitemos com sabedoria o tempo da Quaresma para escutar e pôr em prática a Palavra de Deus com maior fidelidade. Não devemos entrar na Quaresma limitando-nos em repetir uns quantos propósitos tradicionais; este tempo de preparação da Páscoa, é uma nova oportunidade de purificação, crescimento espiritual e aperfeiçoamento da nossa identidade cristã.

O Papa Francisco, na sua mensagem para Quaresma, faz-nos apelo a um novo estilo de viver a vida: «Muitas vezes, na nossa vida, prevalecem a ganância e a soberba, o anseio de possuir, acumular e consumir, como se vê no homem insensato da parábola evangélica, que considerava assegurada e feliz a sua vida pela grande colheita acumulada nos seus celeiros (cf. Lc 12, 16-21). A Quaresma convida-nos à conversão, a mudar mentalidade, de tal modo que a vida encontre a sua verdade e beleza menos no possuir do que no doar, menos no acumular do que no semear o bem e partilhá-lo».

Escuta da Palavra, oração, jejum e esmola são os propósitos habituais da Quaresma; cuidemos disso, não como um exercício de obrigação, mas como uma condição de êxito e de vitória. Todo o atleta para superar-se e conseguir vitórias na sua modalidade, faz exercícios físicosAssim, nós cristãos, somos convidados a promover os exercícios que possibilitam as sementes do Evangelhosemeadas em nosso coração, produzirem frutos abundantes de caridade e de vida com alegria.

Tendo em conta o nosso programa pastoral, somos chamados a anunciar o Evangelho com as Famílias e os Jovens. Neste sentido, sugiro que em família se promova a revisão de vida, avalie a presença do Amor de Deus no ambiente familiar, reveja o relacionamento, a generosidade, a gratidão, o gosto de estar juntos, a capacidade de perdoar e a humildade para pedir desculpa.

Também os jovens são chamados, individualmente e em grupo, a ser anunciadores da mensagem do Evangelho. O tempo de Quaresma é propício para cuidar das condições pessoais para assumir a vida como uma missão. Que pessoa quero ser? Quais são os valores com que me identifico e quais os contravalores que rejeito? Já sou capaz de assumir-me como cristão(ã) ativo e militante? Ou vivo ‘fechado’ nos interesses pessoais?

Também por sugestão do nosso programa pastoral, temos um aspeto respeitante a todos e que merece revisão de vida em tempo da Quaresma: o ambiente vocacional. Como cuido da minha vocação cristã? Estou a conseguir fazer da vida uma resposta à vontade de Deus? Os meus critérios e opções de vida são coerentes com os valores em que acredito? Como está o meu ambiente interior e que vigilância preciso cultivar? Sinto-me responsável pelo ambiente à minha volta? Importa fazer revisão de vida e oração, pois uma vida que não se avalia, é uma vida que não se renova.

Conforme lembra o Papa Francisco: «A Quaresma é um tempo favorável de renovação pessoal e comunitária que nos conduz à Páscoa de Jesus Cristo morto e ressuscitado». Portanto, um tempo que supõe e pede a nossa disponibilidade para uma caminhada com exercícios e proveito espirituais e melhor identificação com Cristo. Estou certo de que a vitalidade cristã da nossa Diocese e os efeitos da Páscoa a celebrar, depende do cuidado e do zelo espiritual de cada cristão, de cada família e de cada comunidade.

Quanto à Renúncia Quaresmal na Diocese, no ano passado foi promovida a favor da Cáritas Diocesana e o total foi de 19.766,19€. Este ano de 2022, depois de ouvido o parecer dos Vigários, a Renúncia Quaresmal reverterá para apoio da Diocese de São Tomé e Príncipe, conforme o pedido que nos fez chegar o Bispo daquela Diocese, D. Manuel António Mendes dos Santos.

Convosco e com Nossa Senhora, a Virgem Mãe da Reconciliação, que nos acompanhará na caminhada para a Páscoa da Ressurreição.

 ​​​​​​​+ José Traquina, Bispo de Santarém

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