Santarém, 1 de Janeiro de 2025

Dia Mundial da Paz

Irmãos e irmãs

Estamos no primeiro dia do Ano civil e ésobretudo por isso que hoje é feriado. Reunimo-nos em celebração eucarística para dar graças também por reconhecermos que o tempo foi criado por Deus, tempo desde a criação do mundo, tempo novo marcado pelo mistério da encarnação, tempo em que Deus se tornou presente pela pessoa de Jesus nascido de Maria em Belém da Judeia há cerca de 2.000 anos.Também o tempo neste novo Ano que hoje começa.

Foi por consideração da maternidade divina que Maria foi proclamada Mãe de Deus. Esta distinção tornou-se central na fé mariana e teve naliturgia da Igreja a opção de ser celebrada nocontexto da oitava de Natal. E aqui estamos nesta grande consideração por Nossa Senhora. Se todo o tempo de Natal está centrado na figura do Menino, o Filho de Deus, esta solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, nada prejudica, antes torna mais claro o efeito da decisão divina: Deus humanizou-se para divinizar a pessoa humana, e a primeira a gozar dessa graça de forma especial foi Maria, a Mãe do Filho de Deus. Todos os cristãos pelo Batismo recebem a graça da filiação divina: somos filhos de Deus.

No Evangelho (Lc 2, 16-21), a Virgem Maria, a Mãe, aparece no centro da ação. Foi ela a primeira a receber Jesus, a Bênção por excelência, e foi ela a mostrá-lo aos pastores de Belém e a todos os que lhe seguiram.

São Paulo, na 2ª Leitura (Gál 4,4-7), ensina que a Bênção de Deus, acontece por Cristo, nascido de uma Mulher; libertou-nos e enviou aos nossos corações o Espírito Santo para sabermos rezar ao Pai e agirmos como filhos de Deus.

Santa Maria, Mãe de Deus, foi abençoada mas a sua vida e missão foi um grande o desafio. Não teve uma missão fácil. Por isso mesmo ela entende bem todos os filhos em suas aflições.

Dando início a um novo Ano civil, Ano de Jubileu, acompanhados pela Mãe do céu e reconhecendo as nossa limitações, confiemo-nos em Deus que nos chamou à existência e à Fé. E o que devemos pedir para o novo Ano? A Palavra de Deus inspira-nos a pedir a Deus que nos abençoe e nos conceda a Paz. “Deus Se compadeça de nós e nos dê a sua bênção”.

O tempo a Deus pertence, fomos chamados a existir neste tempo, de Deus e nosso. Assim, a nossa vida de cristãos deve inscrever-se no plano de Deus acerca da existência humana. Ou seja, o tempo que nos é dado neste novo Ano seja consagrado a fazer o que lhe agrada, o que é justo, o que é bem, em comunhão e proximidade com Deus e uns com os outros. Em tempo de Jubileu é-nos sugerido caminhar com a Luz da fé, ser peregrinos de esperança.

Estas celebrações natalícias são uma Bênção, apesar das nossas limitações alegram-nos a ajudam-nos a avançar mais confiantes e em esperança, em tempo de Jubileu e Cinquentenário Diocesano.

Relativamente ao 58º Dia mundial da Paz, o Papa Francisco retoma o tema da ‘esperança’, começando na saudação inicial: “A todos vós, esperança e paz, porque este é um Ano de Graça, que vem do Coração do Redentor”.

No desenvolvimento da Mensagem, o Santo Padre pede a concretização do Amor de Deus sugerindo uma mudança cultural que supere o centralismo egoísta. Quando uma pessoa ignora a própria ligação com o Pai, começa a nutrir um pensamento de que as relações com os outros podem ser regidas por uma lógica de exploração, em que o mais forte pretende ter o direito de prevalecer sobre o mais fraco” (nº6). “A mudança cultural e estrutural para superar esta crise ocorrerá quando finalmente reconhecermos que somos todos filhos do mesmo Pai e, perante Ele, confessarmos que somos todos devedores, mas também todos necessários uns aos outros” (nº8).

Irmãos e irmãs, temos um novo ano civil e nele o Jubileu para viver como tempo de graça e de esperança, sabendo que a paz que desejamos para o mundo não acontece apenas com o fim da guerra mas com um mundo novo, “um mundo no qual nos descobrimos diferentes, mais unidos e mais irmãos” (nº 14).

Celebrando a maternidade da Virgem Maria e contando com a sua intercessão, reconheçamos a Bênção de Deus extensiva a todos os povos representados nos pastores pobres de Belém. Roguemos a paz para o mundo, para os povos em guerra, em conflitos armados, para os cristãos em terras onde tem sido perseguidos, para os governantes dos povos e para nós aqui presentes; que o Senhor faça de nós instrumentos da sua Paz.

+ José Traquina

 

 

Contacte-nos

Geral

Siga-nos

©2021 Diocese de Santarém — Todos os direitos reservados.