Comissão Justiça e Paz

A equipa nomeada para o triénio 2020-2023 é composta por Pe. José Luis Borga (Presidente) Rogério Martins Frazão, Mariana Antunes Duarte Simões, Luís Carlos Lourenço Salgueiro, Luís António Antunes Francisco e Afonso Pereira Borga.

Mensagem de Apresentação

Diga “trinta e três”!

Ora diga “trinta e três”!

Três, dois, um e… diga lá!

Um só número manifestado em dois iguais que, por sinal, na unidade e dezena é o número três!

Aqui invocamos o mistério trinitário (na sua unidade) e os trinta e três os anos de Jesus peregrino nesta nossa humanidade para nela e com ela realizar a aliança eterna de amor que a salva!

Também já deve ter surgido à memória aquela vulgar experiência na qual um médico ou médica, para avaliar o estado de saúde do nosso sistema respiratório, encosta o estetoscópio no peito ou nas costas e repetidamente solicita: “diga trinta e três”. E vivendo ainda sob uma pandemia que ataca severamente, precisamente, o humano sistema respiratório a ponto de poder matar… começámos com este pequeno “exercício de brincadeira” para vos dizer como somos gente situada e bem disposta e, sobretudo, disposta ao Bem!

Então, e desde já, fixemos o número trinta e três e… avancemos.

Depois de devidamente nomeados pelo nosso bispo, em janeiro passado, somos a nova equipa de trabalho, composta por seis pessoas (veja-se 3+3), cuja missão é a de dizer poder vir a dizer algo, depois de devidamente estudado e refletido em conjunto, acerca de questões de Justiça e de Paz.  Veremos se, como queremos, conseguimos ser fiéis a este nobre serviço na nossa diocese!

Começámos com o já habitual entusiasmo inicial mas, como tudo no início, de forma tão discreta quanto lenta a tentar apanhar o ritmo e o jeito necessários para esta tarefa que, sem surpresa, já se mostrou ser tudo menos fácil.

Ambicionamos estudar e reflectir para melhor conhecer, com fundamento e proveito, problemáticas sérias à luz do muito útil e rico Pensamento Social Cristão particularmente vertido e oferecido no abundante magistério da Igreja. 

Comungar esperanças e alegrias mas também dores e tristezas da comunidade humana, ousando corresponder, sempre que solicitados, ou provocar um necessário e sempre desejável diálogo com as mais diversas formas de pensar que, felizmente, existem e se manifestam entre nós de muitos modos e em muitos lugares.

Sem sobranceiras e movidos por uma humilde generosidade, ousaremos tentar dizer, na medida das nossas melhores capacidades e possibilidades (que serão sempre muito limitadas!), algo que possa ajudar a ver e encarar melhor a nossa realidade, oferecendo ajuda e colaboração a tantos homens e mulheres de boa vontade, como é vontade de Deus, empenhados na edificação duma humanidade que sempre se quer mais justa e pacífica. Disto depende muito a boa saúde da nossa humanidade, tal como a saúde do corpo depende da qualidade da sua respiração!

A nossa maior ambição é fazer da Justiça e Paz a “fonte” e “objectivo” do nosso modo de sentir, pensar e viver, agindo e reagindo pelo Amor, apoiados em estudo e reflexão do muito que se aprende no magistério e na vida da Igreja. 

Ainda não deve dar para ver porque solicitámos que diga “trinta e três”!

Vivemos em pleno o ano de São José, surpreendentemente convocado pelo Papa Francisco, que começou a 8 de dezembro passado, por se completarem 150 anos da proclamação de São José como Patrono da Igreja Universal para podermos re-descobrir aquele singular e inspirador pai adotivo de Jesus que, através de sonhos, foi chamado viver dimensões humanamente impensáveis, numa docilidade e criatividade impressionante. Perante tantos problemas e adversidades, eis uma manifestação da grandeza da fé recorremos a José, esse homem quem a sagrada escritura apelida de “Justo”. 

E do jeito de São José, é pelo sonho que vamos e que sem homens justos não haverá justiça!

Em pleno maio (“maio maduro maio”) somos ajudados pela renovada e pujante vida da natureza e, com toda a Igreja, “respiramos” o novo e feliz “oxigénio Pascal” no qual a Trindade Divina (Pai, Filho e Espírito Santo) se espelha em outra “trindade famíliar” (maternidade, paternidade e filiação), como vemos e lemos no número trinta e três! 

E desta conjugação, assim olhada e lida, uma outra virtuosa trindade espiritual acontece no mais íntimo de cada pessoa que se deixe assim interpelar e animar. A saber: Fé, Esperança e Caridade. A boa catequese assim ensina a acreditar e a celebrar, para que a Justiça, que desce do Céu, possa fazer germinar a Paz na Terra! Ao espelhar-se em Deus (Trindade) a humanidade deixa de viver num “grande trinta e um”, no qual  viaja no tempo que se consome e que nos consome vorazmente, para passar a viver, com Deus, num “grande trinta e três”!

Motivar a vida humana espelhada e intimamente unida ao Amor divino, particularmente vivido em cada lar edificado solidamente ao jeito da sagrada família de Nazaré. 

Quando já vivíamos num ano especial “Laudato Si”, assinalando os cinco anos da publicação dessa Encíclica acerca da Casa comum (de 24 de maio de 2020 à mesma data de 2021) juntou-se mais um ano especial de São José, como já referimos, e ainda o da família. Num só ano… três especiais!

É hora de dizermos a razão primeira de repetirmos, tantas vezes, este “trinta e três”.

Desde o princípio que nos focámos na riqueza colhemos da leitura do número trinta e três da Amoris Laetitia, a Exortação Apostólica publicada à cinco anos para dar início a um caminhar inovador, desafiando toda a Igreja para uma nova abordagem pastoral à complexa realidade da família, pensada de forma a reflectir nela (como num espelho) o Amor que Deus é. Um amor que é comunhão trinitária (Deus) reflectida na comunidade familiar, a outra trindade (maternidade/paternidade/filiação). 

No número trinta e três da Amoris Laetitia somos advertidos para uma cultura individualista e exagerada pela vivência da posse e da fruição, geradora de tanta impaciência e agressividade dentro da própria família. Para o ritmo da vida e para organização social e laboral que colocam em risco a possibilidade de se tomarem opções permanentes, desvirtuando-se os laços e compromissos familiares. Em resultado disto diminui o número de matrimónios e cresce o número de pessoas que decidem viver sozinhas ou conviver sem coabitar. Estimula-se um desenvolvimento pessoal baseado na autenticidade, promovendo-se diferentes capacidades e espontaneidade individuais que, mal orientados, gera uma permanente suspeita, fuga dos compromissos, fechamento no próprio conforto e arrogância. Finalmente, à tão popular liberdade de escolha, para projectar a própria vida e cultivar o melhor de si mesmo, dá-se o esquecimento de objectivos nobres e disciplina pessoal, o que degenera em egoísmo e incapacidade de se dar generosamente. Finalmente, havendo um louvável sentido de justiça, ao ser mal compreendido, transforma as pessoas em clientes que só exigem o cumprimento de serviços a que se “têm direito”. Desta forma a família, na sociedade actual, torna-se lugar de passagem ou apenas de conveniência para satisfazer desejos ou reclamar direitos. 

Tudo isto é-nos alertado no número trinta e três da Amoris Laetitia.

É nossa responsabilidade pensar mais para agir melhor, promovendo a constituição e edificação de famílias mais firmes, lugar primeiro e mais seguro para se começar a saborear a justiça e a paz entre pessoas que se amam de verdade, nessa comunidade pessoas unidas pelo amor que espelha o Amor comunidade que as três Pessoas divinas são, por toda a eternidade.

Então… connosco, e para não esquecer, “diga trinta e três!”

 A Comissão Justiça e Paz da Diocese de Santarém em dia de Pentecostes de 2021

Contactos: Centro Diocesano Pastoral, Edifício do Seminário, Largo Sá da Bandeira, 2000-135 Santarém

Tel: 243 304 060

E-mail: cdjpsantarem@gmail.com

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