O Papa Francisco completa neste dia 13 de março 12 anos de pontificado, marcados por encíclicas sociais, um esforço de renovação interno da Igreja, particularmente no processo sinodal, e atenção às periferias da sociedade.
Desde a sua primeira viagem, à ilha italiana de Lampedusa, a 6 de julho de 2013, Francisco tem alertado para a “globalização da indiferença”, seguindo-se várias críticas contra o “dogma” neoliberal – denunciando uma economia que “mata” -, pedindo maior atenção às “periferias” geográficas e existenciais.
A 12 e 13 de maio de 2017, o Papa cumpriu a sua primeira visita a Portugal, assinalando o centenário das Aparições de Fátima, num programa de celebrações que inclui a canonização dos dois pastorinhos mais jovens, Francisco e Jacinta Marto.
A 27 de março de 2020, numa Praça de São Pedro deserta, por causa da pandemia de Covid-19, e debaixo de chuva intensa, o Papa presidiu a uma celebração com bênção especial ‘urbi et orbi’ [à cidade (de Roma) e ao mundo] –, falando de uma humanidade em que todos estavam “no mesmo barco”.
A segunda viagem do Papa a Portugal decorreu de 2 a 6 de agosto, para presidir à Jornada Mundial da Juventude 2023, em Lisboa, e visitar o Santuário de Fátima, reforçando intervenções em favor de uma Igreja mais aberta.
“Jovens e idosos, sãos, doentes, justos e pecadores. Todos, todos, todos! Na Igreja, há lugar para todos”, disse, no primeiro encontro com peregrinos, que decorreu no Parque Eduardo VII.
Mais de 1,5 milhões de pessoas viriam a participar nas celebrações conclusivas, acolhidas pelo renovado Parque Tejo.
O Papa, que reformou a Cúria Romana e as instituições financeiras do Vaticano, enfrenta tensões internas, visíveis nas recentes polémicas relativas à declaração sobre bênçãos a casais em situação irregular.
Os últimos meses de pontificado são marcados pelo documento final da XVI Assembleia Sinodal, que o Papa entregou a toda a Igreja, aborda temas como o papel das mulheres e os processos de decisão, o combate e prevenção dos abusos sexuais ou a reconfiguração das comunidades católicas, com novos ministérios e o fim de um modelo piramidal.
“Não precisamos duma Igreja sentada e desistente, mas duma Igreja que acolhe o grito do mundo e – quero dizê-lo, talvez alguém se escandalize – uma Igreja que suja as mãos para servir o Senhor”, disse, na Missa conclusiva, a 27 de outubro do último ano.
A 24 de dezembro de 2024, Francisco abriu a Porta Santa na Basílica de São Pedro, dando início ao 27.º Jubileu ordinário na história da Igreja, um Ano Santo que quis dedicar ao tema da esperança.
O Jubileu 2025 começou num momento em que o Papa enfrenta problemas de saúde, que levaram ao internamento mais longo do pontificado, no Hospital Gemelli, desde 14 de fevereiro.
Adaptado de Agência Ecclesia
Eleição do Papa Francisco.
Foto: Lusa/EPA