Catedral de Santarém, 12-10-2025 – Ordenação diaconal de André Henriques

Saudação inicial

Antes de prosseguirmos, uma saudação:

A D. Manuel Pelino, Bispo emérito, a D. José Miguel, Bispo eleito da Diocese da Guarda mas ainda Reitor do Seminários dos Olivais, a quem felicitamos pela nomeação e agradecemos pelo empenho de muitos anos de missão nos Seminários e na pastoral vocacional do Patriarcado;

Aos Padres, Diáconos, Irmãs Religiosas e Seminaristas;

-Às entidades: ao Presidente da Câmara Municipal de Rio Maior, Eng. Luís Filipe Santana, à Deputada da Assembleia da República, Dra. Isaura Morais, ao Presidente da Junta de Freguesia de Rio Maior, João Rebocho;

A todos os irmãos e irmãs em Cristo, especialmente a grande representação da Paróquia de Rio Maior;

-E ao candidato à Ordenação de Diácono, André Henriques, seus familiares e amigos.

Homilia

Irmãos e irmãs

A Festa do Batismo do Senhor, neste Domingo, é a última celebração do tempo de Natal e início da vida pública de Jesus! Depois de uma experiência de vida de relacionamento familiar em Nazaré da Galileia, Jesus deixa a casa de família e o trabalho da oficina e parte para se revelar publicamente. Sabia da grandeza espiritual de João Batista e onde se encontrava. Aparece-lhe, mistura-se com o povo e propõe-se receber o batismo. Informa São Mateus que João Batista ficou surpreendido, pois Jesus não necessitava de ser batizado. Mas Jesus, o Filho de Deus, assumiu a condição humana para elevar cada pessoa a participar da sua graça divina e desceu tanto que assumiu, no seu batismo, a identificação com os pecadores que necessitavam de arrependimento. Mais tarde, havia de descer à condição de malfeitor e ser condenado e morrerna cruz.

 No Batismo, Jesus revela a sua proximidade com o povo e a sua proximidade com o Pai. Após o Batismo, informa São Lucas, Jesus entrou em oração e “enquanto orava, o Céu abriu-se e o Espírito Santo desceu sobre Ele” e ouve-se a voz do Pai: “Tu és o meu Filho muito amado: em Ti está toda a minha complacência”. O Batismo de Jesus marca o tempo novo da ação do Espírito Santo. Ali, no rio Jordão, Jesus ouviu uma palavra que não vai mais esquecer porque sustenta e suporta toda a dedicação e adversidade: Tu és o meu Filho muito amado”.

Jesus assume o que o profeta Isaías tinha anunciado:Eis o meu servo (…). Sobre Ele fiz repousar o meu espírito para que leve a justiça às nações” (Is 42,1-4.6-7). E o Apóstolo São Pedro confirma: “Deus não faz aceção de pessoas”. Em Cristo, a ação do Espírito de Deus não conhece fronteiras nem limitações culturais. Pela força do Espírito Santo, Jesus, que “passou fazendo o bem”, curou “todos os que eram oprimidos pelo demónio porque Deus estava com Ele”.

 Irmãos e irmãs, a Festa do Batismo do Senhor é uma oportunidade para lembrarmos o nosso Batismo, o Batismo que cada um recebeu: o local do batistério, os familiares que acompanharam, o ministro que batizou, o dia em que aconteceu.

 A palavra “batismo” significa imersão, mergulho na água, mas lembramos o ensinamento de João Batista: “Eu batizo-vos em água, mas vai chegar Alguém mais forte do que eu (…) e há de batizar-vos no Espírito Santo e no fogo” (Lc 3,16). Mais tarde é o próprio Jesus que vai declarar: “Eu vim lançar fogo sobre a terra e que desejo Eu, senão que já estivesse ateado! Mas tenho um batismopara nele ser batizado e como estou angustiado, até que se realize!” (Lc 12,49-50). Jesus fala da sua paixão e da sua morte como um fogo e um Batismo que nos consagracomo filhos de Deus e nos permite descobri-lo ao partir do pão, como os discípulos de Emaús, ou descobri-lo na vida de todos aqueles que necessitam de uma ajuda ou uma visita, como registou São Mateus no célebre capítulo 25 do seu Evangelho.

 Hoje é dia de gratidão pelo dom do Batismo. Assumido à Luz da Fé, pertencemos a Cristo, ao Pai e uns aos outros na alegria do mesmo Espírito Santo que nos purifica e liberta. Tudo isto revela a origem, a vida e a missão da Igreja: a comunidade dos batizados, daquelesque se reconhecem como irmãos e irmãs e acreditam,profeticamente, que é possível a civilização do Amor e da paz.

Este Ano estamos a celebrar o Cinquentenário da criação da nossa Diocese, um ano para agradecer, avaliar com esperança e discernir o caminho a seguir em comunhão com toda a Igreja. Só o Espírito Santo pode renovar a Igreja. Todavia, é necessário que os milhares de celebrações de Sacramentos, reuniões pastorais e ações sociais que acontecem em cada Ano tenham a preparaçãoe a graça de modo que o fogo do Espírito tenha condições para atear. Na ação da Igreja, importa dar a melhor qualidade ao que fazemos. Neste sentido, a renovação da Diocese depende do cuidado e qualidade humana e espiritual de todos os cristãos, mas especialmente daqueles que são intervenientes nas ações pastorais: pastores,diáconos, religiosas, cristãos leigos, na Liturgia, na Evangelização e na Ação social.

Este Ano é também o Jubileu do Ano Santo 2025. O Papa Francisco deseja “que o Jubileu seja, para todos, ocasião de reanimar a esperança”, lembrando que “é o Espírito Santo, com a sua presença perene no caminho da Igreja, que irradia nos crentes a luz da esperança”. O apelo à esperança é sugestivo para a vivência do Cinquentenário da Diocese: confiar e promover sinais de esperança de uns para os outros e para o mundo.

Caro André Henriques a tua Ordenação de Diácono acontece em Ano especial para a Diocese e para toda a Igreja, cheio de apelos de renovação e santificação. NesteDomingo, terás presente a origem da tua vocação na graça do Batismo que recebeste na Paróquia de Rio Maior, com o testemunho de Fé dos familiares que te apresentaram e da Comunidade que te acolheu.

  A tua disponibilidade para seguires a Cristo numa vida inteiramente consagrada e dedicada ao povo de Deus foi aceite positivamente pelas comunidades consultadas por reconhecerem a tua atitude e presença de fé e generosidade.

 Pelo Sacramento da Ordem para o ministério de Diácono recebes uma específica configuração a Cristo, Senhor e servo de todos”, és consagrado de maneira nova, habilitado a testemunhar a fé e a presidir a celebrações e outros atos públicos em nome de Cristo e da sua Igreja. Recebes um dom sacramental para seres tu mesmo, inteiramente, um dom de Deus para o seu povo. Por isso, como consta do pontifical:Na celebração da Ordenação é confiado aos diáconos o múnus da Igreja de louvar a Cristo e, por meio d’Ele, suplicar ao Pai pela salvação de todo o mundo, de modo que rezem a Liturgia das Horas por todo o povo de Deus, e ainda por todos os homens.

André Henriques, conta sempre com a intercessão e auxílio de Nossa Senhora da Conceição, a Santa Maria, Mãe de Cristo e nossa Mãe, a humilde Serva do Senhor que exultou de alegria pelas maravilhas de Deus na sua vida, em favor do seu Povo.

+ José Traquina

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