Secretário de Estado do Vaticano presidiu às celebrações de maio em Fátima

O secretário de Estado do Vaticano disse a 13 de maio em Fátima que a fé cristã rejeita as visões catastrofistas da história e os “profetas de desventura”, deixando uma mensagem de esperança aos peregrinos reunidos no Santuário português.

“A história não é um afastamento progressivo e inexorável de Deus, como poderia levar-nos a crer aquilo que geralmente consideramos sinais da sua ausência: as lágrimas sem resposta, o luto contínuo, os lamentos causados pela infidelidade, a traição e a violência, a fadiga que se sente em viver numa cidade baseada na opressão, a morte que apaga e silencia tudo e todos”, referiu o cardeal Pietro Parolin, na homilia da Missa da peregrinação internacional aniversária do 13 de maio.

Milhares de pessoas encheram o Recinto de Oração, este ano com a presença dos símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

O presidente da celebração destacou a “maternidade” universal da Virgem Maria, que “não conhece os muros das diversidades culturais, sociais, políticas”.

“Pelo contrário, ensina a dilatar os espaços da Igreja, para que seja a comunidade onde a harmonia das diferenças inutiliza a vontade de domínio e homologação, ao serviço da qual tantas vezes estão injustamente as leis humanas seja por cumplicidade seja por cobardia”, acrescentou.

A reflexão do cardeal Parolin destacou a transformação que a Páscoa de Cristo representou, sublinhando que a fé cristã é mais do que “meras fantasias consoladoras, sem frutos reais”.

“Jesus tornou possível buscar e encontrar Deus onde habitualmente não se procura, ou seja, nos pobres, nos últimos, naqueles que o mundo esquece e descarta. O ressuscitado é aquele Jesus que faz novos o viver e o morrer”, apontou.

O secretário de Estado do Vaticano convidou a superar a lógica da “lei do mais forte” e a defender um “planeta saqueado”, para “abrir espaço à lei do amor”.

“Que a luz e os valores da Páscoa de Cristo não nos faltem jamais a nós, a este lugar santo, à Igreja universal e particular, para que a alegria do Evangelho continue a ser anunciada, com zelo e humildade, ao mundo inteiro, a todos os homens e a todas as mulheres que Deus ama”, concluiu.

Os participantes na celebração rezaram por “todas as pessoas que foram vítimas de qualquer espécie de abusos no seio da Igreja” e pelas vítimas dos conflitos, “na Ucrânia e em todas as partes do mundo”.

Na tarde de 13 de maio, o Cardeal Parolin visitou em Lisboa a sede do COL onde se prepara a logística da JMJ Lisboa 2023, bem como o lugar onde acontecerá o acolhimento dos milhares de jovens e do Papa Francisco para as principais celebrações de agosto próximo.

Adaptado de Agência Ecclesia

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