O Papa manifestou, no Vaticano, a sua preocupação com a situação na Nicarágua, onde a Igreja Católica tem sido alvo de atos de repressão, por parte do regime de Daniel Ortega.
“Sigo de perto, com preocupação e dor, a situação criada na Nicarágua, que envolve pessoas e instituições”, disse Francisco, após a recitação do ângelus, perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro no domingo 21 de agosto.
Nas últimas semanas, o governo da Nicarágua prendeu três sacerdotes e um bispo, D. Rolando Álvarez, atualmente em prisão domiciliária.
O governo de Daniel Ortega fechou ainda oito emissoras de rádio ligadas à Igreja Católica e expulsou do país Missionárias da Caridade, congregação religiosa fundada por Santa Teresa de Calcutá.
“Gostaria de manifestar a minha convicção e o meu desejo de que, através de um diálogo aberto e sincero, ainda se possam encontrar as bases para uma convivência respeitadora e pacífica”, apelou o Papa, desde a janela do apartamento pontifício.
“Peçamos ao Senhor, pela intercessão da Puríssima [Virgem Maria] que inspire, nos corações de todos, esta vontade concreta”, acrescentou.
O núncio apostólico (embaixador da Santa Sé) na Nicarágua, D. Waldemar Stanislaw Sommertag, foi expulso em março, numa decisão criticada pelo Vaticano.
A tensão entre o regime de Ortega e a Igreja Católica, agudizou-se nas semanas que antecederam as eleições presidenciais de 2021, das quais sairia vitorioso Daniel Ortega, depois de mandar prender vários pré-candidatos da oposição.
O secretário-geral da ONU mostrou-se “muito preocupado”, esta sexta-feira, com a repressão exercida pelo Governo nicaraguense sobre organizações e figuras da sociedade civil, várias delas ligadas à Igreja Católica.
António Guterres apelou ao respeito dos direitos de “todos os cidadãos”, com especial atenção ao de reunião, e das liberdades de associação e religião, entre outras, segundo o porta-voz Farhan Haq.
Adaptado de Agência Ecclesia