O Papa evocou neste domingo no Vaticano a comemoração de Todos os Fiéis Defuntos, que a liturgia católica assinala anualmente a 2 de novembro, pedindo que as tradicionais visitas aos cemitérios sejam uma celebração da fé na ressurreição.
“A visita ao cemitério, onde o silêncio interrompe o frenesim de tantos afazeres, seja para todos nós um convite à memória e à esperança. Professamos no Credo: ‘Espero a ressurreição dos mortos e a vida do mundo que há de vir’. Comemoremos, pois, o futuro”, disse Leão XIV, desde a janela do apartamento pontifício, antes da recitação do ângelus.
“Não fiquemos presos ao passado, às lágrimas da nostalgia. Nem tampouco estejamos lacrados ao presente, como num túmulo. Que a voz familiar de Jesus nos alcance, e alcance a todos, porque é a única que vem do futuro”, acrescentou, perante milhares de pessoas reunidas para o encontro dominical de oração na Praça de São Pedro.
O Papa vai deslocar-se esta tarde ao Cemitério de Verano, em Roma, para presidir à Missa na comemoração de todos os fiéis defuntos.
A Eucaristia tem início marcado para as 16h00 locais (menos uma em Lisboa) e segue uma tradição iniciada pelos últimos pontífices.
“Espiritualmente, visitarei os túmulos dos meus entes queridos, mas também rezarei pelos mortos que ninguém recorda. No entanto, o nosso Pai Celestial conhece-nos e ama-nos a cada um individualmente, não esquecendo ninguém”, apontou Leão XIV.
A comemoração de todos os fiéis defuntos remonta ao final do primeiro milénio: foi o abade de Cluny, Santo Odilão, quem no ano 998 determinou que em todos os mosteiros da sua Ordem se fizesse nesta data a evocação de todos os defuntos ‘desde o princípio até ao fim do mundo’.
adaptado de Agência Ecclesia
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