Estamos a celebrar 50 anos da nossa diocese. Ao analisar o caminho percorrido faço memória agradecida de tantos catequistas que dedicaram o seu esforço ao serviço da catequese, na nossa diocese.
Ao recordar a vida do secretariado diocesano da catequese, dou graças a Deus pelos padres que foram assistentes, pelos leigos que integravam o secretariado e pelas suas diretoras.
Mas catequese na diocese de Santarém “rima” com Servas de Nossa Senhora de Fátima no Secretariado de Catequese da Infância e Adolescência de Santarém. Hoje, enquanto diretor estou agradecido às irmãs pelo que foram e fizeram e pelo seu trabalho incansável na promoção da catequese na nossa diocese. Por isso, neste pequeno texto fazemos registo e agradecemos o seu Trabalho.
Diác Paulo Campino
Desde a criação da Diocese de Santarém, em 1975, até ao ano de 2005, a direcção do Secretariado de Catequese da Infância e Adolescência de Santarém, contou sempre com as Irmãs Servas de Nossa Senhora de Fátima, como suas directoras, nos seguintes anos:
– 1975 –1980 – Maria Lúcia Ferreira (já falecida);
– 1980 – 1987 – Rosária Cardoso Martins;
– 1987 -1994 – Maria de Lourdes Pereira Gaspar;
– 1994 -1995 – Maria Susete Ferreira;
– 1995 – 2005 – Maria Emília Lucas Carlos;
Um período em que foram Bispos da Diocese D. António Francisco Marques, 1º Bispo de Santarém (até 1997), sucedendo-lhe D. Manuel Pelino.
As Irmãs que coordenavam o Secretariado tinham especialatenção à formação de catequistas. A nível espiritual pela animação de retiros de catequistas no Advento e, principalmente, na Quaresma. E na formação específica de catequistas nos encontros realizados a nível paroquial e vicarial, bem como com temas mais amplos, a nível diocesano. Além disto, realizavam reuniões de pais, sempre que as paróquias o solicitavam, assim como, encontros e retiros para adolescentes de âmbito vicarial, inter–vicarial e diocesanos. Destaca-se ainda as reuniões inter-diocesanas e todo o trabalho, ser sempre realizado em equipa diocesana.
Passamos a dar a palavra às diferentes Irmãs, por ordem cronológica, onde cada testemunho tem o colorido próprio de quem fez a experiência em diferentes épocas.
1. “Entendi e entendo a missão de um Secretariado Diocesano da Educação Cristã da Infância e Adolescência (SDECIA) como um espaço de animação da fé dos mais novos, missão esta confiada aos catequistas de crianças e animadores de adolescentes.
Na missão que desempenhei nos 7 anos (1980-1987) ao serviço da diocese de Santarém, este horizonte cativou o meu olhar. Foi belo o trabalho realizado pela equipa diocesana onde me integrei. As reuniões semanais eram o espaço, “a forja onde se cozinhavam” os elementos estruturantes da missão pastoral a nós confiada.
Recordo, com saudade, as pessoas, essas reuniões e as atividades daí decorrentes: retiro de catequistas, reuniões de pais, encontros de formação a vários níveis nas paróquias que os solicitavam, retiros/encontros para adolescentes em Fátima, por onde passaram centenas de pessoas…
Tudo se previa no pequeno grupo: horários, momentos celebrativos e recreativos que faziam parte da dinâmica. Saliento apenas, duas reações dos adolescentes:
1) Num encontro posterior ao retiro de adolescentes, no seminário de Santarém dirigi-me a um deles e disse-lhe: “Tu já vieste mais alguma vez a estes encontros, não é verdade? ” Sim, Irmã sou aquele que a Irmã lá no retiro em Fátima, à noite, pôs na rua porque eu (na cama), estava a imitar uma galinha”.
2) “Irmã, na próxima semana há mais?”
Deus seja bendito pela ação que a sua Palavra provoca naqueles que a escutam.”
(Irmã Rosária Cardoso Martins)
2. “Integrei o SDECIA de Santarém desde finais do ano de 1987 até 1994. A Diocese estava no seu início. A Irmã Rosária Cardoso acolheu-me e integrou-me neste trabalho partilhando os seus muitos saberes tanto na área pastoral como na territorial.
Procurei seguir os métodos anteriormente lançados na dinamização da catequese a vários níveis.
Fiz uma experiência muito rica, dar, dar-se e aprender. A atividadeera muita. O tempo era insuficiente para responder a tantas solicitações. Recordo as equipas de trabalho e ainda o Pe José Abílio, o Pe António Bento, o Pe Francisco Ruivo e outros que,ainda seminaristas, foram convidados a orientar retiros de catequistas e fins de semana de adolescentes . Evidencio o trabalho persistente, discreto, silencioso e sério da Ir. Conceição Fernandes no secretariado (livraria) donde saíam todos os catecismos e outros materiais de formação para as paróquias. Esta irmã conhecia as paróquias uma a uma e os seus responsáveis, sempre me acompanhava nos cursos e nas diferentes atividades. O trabalho inter-diocesano de reflexão, os encontros de carnaval, a ligação com as dioceses do centro e nacionais, foram um enriquecimento que destaco pela inculturação, riqueza, partilha de experiências e empenho em crescer em Igreja na busca de encontrar novos e melhores caminhos de evangelização.
De referir ainda, a preciosa ajuda da Ir. Maria José Bruno, da Belinha, do Sr Canha, do Sr Luciano e de outros.
O saudoso D António Francisco, sempre muito interessado no anúncio do Reino, sempre me apoiou com a sua amizade pessoal e pastoral e, muitas vezes, visitava os grupos para lhes dar uma palavra de incentivo.
“Que a Diocese possa ir colhendo frutos desta longa semente lançada.”
(Irmã Maria de Lourdes Pereira Gaspar)
3. “Estive no Secretariado da Catequese, em Santarém, entre 1994/95, sucedendo à Irmã Lourdes Gaspar. Foi uma missão de que muito gostei.
Continuava Assistente do Secretariado o Sr. Padre José Abílio, sacerdote muito dinâmico e com um espírito de equipa formidável. À época, o programa era feito, em especial, para abranger a pastoral dos adolescentes. Foi um trabalho muito intenso que, graças a Deus, frutificou. A diocese estava muito viva e ativa e os nossos projetos foram acolhidos, levados a efeito com entusiasmo e alegria. Conseguimos movimentar toda a diocese. Foi maravilhoso. Estou a ver aquele pavilhão muitas vezes cheio de adolescentes e jovens, em atividades várias, que tocavam o coração em dias inteiros de formação, reflexão e celebração da fé. Bendito seja Deus que, através de simples instrumentos, enviou o Seu Espírito Santo sobre tantos que, com entusiasmo, proclamavam Jesus Cristo como o seu tesouro.
Pelas Vigararias também íamos fazendo cursos de formação. Todas as Vigararias tiveram várias atividades bem dinamizadas e preparadas pelos catequistas responsáveis por cada localidade. Recordo ainda o encontro diocesano desse ano que foi de uma grande profundidade. Colaborava também a Irmã Margarida Tito, que muito contribuiu nestas ações pastorais, como jovem que era. A diocese estava a celebrar os seus 20 anos, daí esta abertura.
Por tudo isto, dou graças ao Senhor e ao que Ele fez na e pela equipa, que atuou no Secretariado Diocesano de Catequese.”
(Irmã Maria Susete Ferreira)
4. “Na continuidade da missão que as Irmãs que me precederam já vinham a desenvolver há 20 anos, encetei a missão na Diocese de Santarém, como Diretora do Secretariado Diocesano de Catequese na década de 1995 a 2005.
Caí neste serviço diocesano sentindo vivamente a minha pequenez. Porém, o Sr. D. António Francisco e a Equipa Diocesana que recordo com saudosa memória (Madalena, Maria Irene Camoëz, ambas da paróquia do Cartaxo), José Coelho, da cidade de Santarém, bem como os Senhores Padres Assistentes, Tó Zé e Victor João, de imediato e de modo persistente, cumpriram o que disseram aquando da primeira reunião que tivemos como equipa diocesana: “não podemos deixar esta Irmã. Temos que ajudá-la”. Ajuda que muito agradeço e que sempre senti.
Assim, com a colaboração de cada um dos elementos que constituíram a Equipa Diocesana – e que foram sendo renovados, tanto quanto possível, exprimindo o sentir das diferentes Vigararias da Diocese, e do Pré-Seminário, com o Pe João António Ferreira que o acompanhava, bem como dos seminaristas que frequentavam o Seminário de Almada. Ao longo dos 10 anos que servi a Diocese, foi possível abraçar a causa da catequese paroquial, a formação de catequistas a nível espiritual, com os retiros de catequistas, e a formação específica, a nível local e inter-paroquial, com os Cursos de Iniciação e a nível vicarial e diocesano com formação permanente, cujos temas, vistos à distância de 20 anos, dou graças a Deus pela ousadia que nos deu.
Outro desafio não menos significativo, e muito interessante, consistiu em darmos continuidade aos encontros de adolescentes, a princípio, a nível vicarial, mais tarde, inter–vicarial, pois a baixa demográfica já se refletia na participação catequética.
Por fim, chegou o momento da mudança e do período em que a Congregação das Servas de Nossa Senhora de Fátima deixou este legado à Diocese, nos seus 30 anos de experiência como Diocese.
Louvado seja Deus pelo Seu agir por nosso intermédio!”
(Irmã Maria Emília Lucas Carlos)