Papa presidiu ao primeiro, mas por razões de saúde foi o Cardeal português Tolentino Mendonça que presidiu à celebração com os artistas
O Papa evocou no domingo 9 de fevereiro, no Vaticano, o “grito” dos povos que pedem a paz, falando perante cerca de 30 mil participantes no Jubileu das Forças Armadas, vindos de uma centena de países.Francisco saudou todos os presentes na peregrinação jubilar das Forças Armadas, da Polícia e das Forças de Segurança, deixando uma saudação a “todos os militares do mundo”.
“Aqueles que exercem a sua profissão nas fileiras do exército, ao serviço da pátria, devem considerar-se também servidores da segurança e da liberdade dos seus povos. Este serviço armado deve ser exercido apenas para fins de legítima defesa, nunca para impor o domínio sobre outras nações, observando sempre as convenções internacionais sobre conflitos e, antes de tudo, com sagrado respeito pela vida e a criação”, indicou.
Na conclusão do segundo grande encontro do Ano Santo, no Vaticano, o Papa começou por pronunciar a sua homilia, centrada em três verbos – “viu, subiu, sentou-se” – a partir da atitude de Jesus no lago de Genesaré. O Papa assumiu as “dificuldades em respirar”, provocadas por uma bronquite, que o obrigou alterar a sua agenda, nos últimos dias, e pediu “desculpas”, antes de passar ao mestre das celebrações litúrgicas pontifícias, D. Diego Ravelli, a responsabilidade de ler a intervenção preparada.
A reflexão dirigiu-se às autoridades, associações, responsáveis católicos e membros das Forças Armadas e de Segurança, destacando a sua “grande missão”, que abrange várias “dimensões da vida social e política”.
O cardeal português D. José Tolentino Mendonça apresentou no domingo 16 de fevereiro, no Vaticano, o apelo do Papa a todos os artistas, para que se unam à Igreja numa “revolução” da beleza, em favor dos mais frágeis.
“Queridos artistas, vejo em vós guardiães da beleza que sabe inclinar-se sobre as feridas do mundo, que sabe escutar o grito dos pobres, dos sofredores, dos feridos, dos presos, dos perseguidos, dos refugiados. Vejo em vós guardiães das bem-aventuranças”, refere a homilia que Francisco tinha preparado para esta celebração.
O texto foi lido por D. José Tolentino Mendonça, prefeito do Dicastério para a Cultura e Educação, na Basílica de São Pedro, que recebeu os participantes no Jubileu dos Artistas e do Mundo da Cultura.
“Vivemos num tempo em que se erguem novos muros, em que as diferenças se tornam um pretexto para a divisão em vez de serem uma oportunidade de enriquecimento recíproco. Mas vós, homens e mulheres de cultura, sois chamados a construir pontes, a criar espaços de encontro e diálogo, a iluminar as mentes e a aquecer os corações”, indicou. “A esperança não é uma ilusão; a beleza não é uma utopia; o vosso dom não é um mero acaso, é um chamamento. Respondei com generosidade, com paixão, com amor”, indica o Papa, na homilia apresentada. Segundo o texto, as bem-aventuranças, proclamadas por Jesus, “contradizem a lógica do mundo e convidam a olhar a realidade com olhos novos, com o olhar de Deus, que vê para além das aparências e reconhece a beleza, até mesmo na fragilidade e no sofrimento”.
Fotografia: Ecclesia – Missa presidida pelo Cardeal D. José Tolentino Mendonça, na Basílica de São Pedro, Vaticano