O bispo de Coimbra, D. Virgílio Antunes, alertou a 13 de agosto, em Fátima, para a emigração de jovens portugueses e a exploração de imigrantes.
“Persiste, também nos nossos jovens, a necessidade da mudança não desejada, seja por motivo de estudo, de investigação, de trabalho em condições mais favoráveis, de procura de realização mais adequada aos seus ideais de vida”, disse o responsável católico, na Missa conclusiva da peregrinação internacional de agosto.
A celebração, na Cova da Iria, integra a Peregrinação Nacional dos Migrantes e Refugiados, no âmbito da 52.ª Semana Nacional das Migrações, promovida pela Igreja Católica em Portugal, com o tema ‘Deus caminha com o seu povo’.
O bispo de Coimbra referiu aos milhares de participantes que a atualidade “continua marcada pelas migrações dos portugueses”, ainda que “as modalidades e motivações sejam bem diferentes”, particularmente nas novas gerações.
“Os nossos jovens assumem que a sua casa é o mundo e, neste dinamismo da mobilidade que os carateriza, dispõem-se a estar em cada momento onde a vida os levar. No entanto, a mobilidade humana nem sempre acontece por estes motivos ou por uma decisão livre e isenta de constrangimentos”, observou.
Na noite de 12 de agosto, recordou a “experiência dramática” dos refugiados e exilados, falando na celebração da vigília da peregrinação internacional de agosto, em Fátima.
“De entre as sombras que obscurecem pessoas e povos, sobressai na atualidade a experiência dramática dos refugiados e exilados, devido à guerra, à fome, às perseguições, às injustiças, às políticas totalitárias, às condições de vida desumanas”, disse o responsável, na homilia que proferiu nessa noite, no recinto de oração do santuário nacional.
“Para Deus não há estrangeiros, há somente homens e mulheres que caminham sobre esta terra, uns porventura beneficiados pelas possibilidades de uma vida pacífica e com condições normais para a sua peregrinação, e outros que fogem do passado e almejam um presente e um futuro mais felizes. Para Deus não há estrangeiros, há filhos e filhas”, disse D. Virgílio Antunes.
O vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) falou numa “responsabilidade acrescida” perante a crise migratório, num momento de maior facilidade de comunicação e de conhecimento do passado.
“Em Portugal, na Europa e em tantos outros lugares do mundo, conhecemos esta realidade das migrações forçadas, dos refugiados e exilados, já não somente pelos meios de comunicação social, mas direta e pessoalmente”, precisou.