Francisco prestou  homenagem à “sabedoria” e “dedicação” de Bento XVI

Papa Francisco prestou na manhã de 5 de janeiro homenagem à “sabedoria” e “dedicação” do seu predecessor, Bento XVI, durante a Missa exequial do Papa emérito, que reuniu milhares de pessoas na Praça de São Pedro.

“É o Povo fiel de Deus que, congregado, acompanha e confia a vida de quem foi seu pastor. Como as mulheres do Evangelho no sepulcro, estamos aqui com o perfume da gratidão e o unguento da esperança para lhe provar, uma vez mais, o amor que não se perde; queremos fazê-lo com a mesma unção, sabedoria, delicadeza e dedicação que ele soube dispensar ao longo dos anos”, disse, na homilia da celebração.

“Queremos dizer juntos: ‘Pai, nas tuas mãos entregamos o seu espírito’”, acrescentou o Papa.

Bento XVI, Papa entre 2005 e 2013, faleceu a 31 de dezembro de 2022, aos 95 anos de idade; o sucessor de São João Paulo II foi o primeiro pontífice a renunciar ao pontificado desde Gregório XII, em 1415.

“Firmemente unidos às últimas palavras do Senhor e ao testemunho que marcou a sua vida, queremos, como comunidade eclesial, seguir as suas pegadas e confiar o nosso irmão às mãos do Pai: que estas mãos misericordiosas encontrem a sua lâmpada acesa com o azeite do Evangelho, que ele difundiu e testemunhou durante a sua vida”, declarou Francisco.

O Papa disse que a vida dos cristãos, e em particular de quem é “pastor”, deve imitar a de Jesus Cristo numa “entrega contínua nas mãos do seu Pai”.

A homilia evocou a importância de “conhecer o amor de Deus” e “acreditar nele”, evocando o ensinamento da primeira encíclica de Bento XVI, Deus Caritas Est, publicada em 2006.

O Papa citou a homilia do seu antecessor, na Missa do início do pontificado, a 24 de abril de 2005: “Apascentar significa amar, e amar quer dizer também estar prontos para sofrer. Amar significa dar às ovelhas o verdadeiro bem, o alimento da verdade de Deus, da palavra de Deus, o alimento da sua presença”.

Francisco usou a imagem das mãos do crucificado, com as suas chagas, “mãos de perdão e compaixão, de cura e misericórdia, mãos de unção e bênção, que o impeliram a entregar-se também nas mãos dos seus irmãos”.

A reflexão abordou ainda três caraterísticas do “coração do pasto”: “dedicação agradecida, dedicação orante e dedicação sustenta pela consolação do Espírito”.

Adaptado de Agência Ecclesia

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