A síntese sinodal da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) reconhece uma Igreja “em declínio social” e lamenta que esta não tenha sabido “utilizar a força transformadora do Evangelho numa oportunidade de conversão social, valorizando uma cultura humanista”.
O documento da síntese sinodal da Igreja em Portugal, fala numa “atitude demasiado hierárquica, clerical, corporativa, pouco transparente, estagnada e resistente à mudança, que prioriza a manutenção da sua imagem ao invés de preservar a segurança da sua comunidade, surgindo os casos de pedofilia como o exemplo mais evidente”.
“Uma atitude algo soberba e que se mostra pouco disponível para a escuta, marginalizando os anseios e as expectativas dos membros da sua comunidade, atribuindo-lhes, demasiadas vezes, um papel de recetores passivos”, acrescenta o documento.
A síntese, “enviada para a Secretaria-Geral do Sínodo dos Bispos dentro dos prazos previstos”, foi elaborada a partir das sínteses das dioceses, grupos e movimentos”, e demais pessoas que se sentiram “interpeladas por esta dinâmica” e que, “de forma direta ou indireta foram questionados e acederam ao desafio, sem medo nem complexos”, resultando num claro desejo de uma “Igreja renovada, mais amiga dos necessitados, mais santa e mais evangélica, que propicie o envolvimento de todos”.
O documento assinala, no entanto, “maior indiferença” entre os jovens, fruto da dificuldade da “Igreja em fazer caminho” com eles, resultado também da falta de confiança no processo sinodal “por acreditar que não serão implementadas mudanças na Igreja, ao ritmo e visibilidade que anseiam”; o documento afirma que os jovens reconhecem uma “diferença existente entre o seu modo de pensar e a doutrina da Igreja Católica, referindo que a Igreja tem uma mentalidade retrógrada e desajustada dos tempos em que vivemos”.
adaptado de Agência Ecclesia