O que te enche o coração?
Dos dias 14 a 18 de julho, um grupo de cinco jovens da Paróquia de Alcanena, acompanhadas pela irmã Goreti Domingues, partiram rumo à Praia da Mira para fazer voluntariado com as crianças e jovens do Lar D. Amália de Vila Viçosa.
Durante estes dias, participaram em toda a rotina das crianças (levantar/deitar, ajudar a servir as refeições, banhos, alguns momentos de oração, etc). Desenvolveram também atividades lúdicas quer em casa, quer nos espaços envolventes, praia, barrinha e vila.
Tiveram ainda tempo para momentos de reflexão pessoal e de grupo, tomando consciência do que enche o seu coração e de como precisamos de o cuidar. Este foi tema transversal a toda esta semana.
Ao regressar a Alcanena, o grupo de voluntárias, com o coração a transbordar de emoção, fez uma paragem em Fátima, onde agradeceu o vivido ao longo desses dias e desde ali enviou uma mensagem em vídeo, para as crianças e jovens que traziam no coração.
Na eucaristia dominical do dia 24, na paróquia de Alcanena, este grupo de voluntárias partilhou a sua experiência com a comunidade e recebeu o seu certificado.
Foi um momento muito emotivo, porque há experiências que são difíceis de traduzir em palavras e as lágrimas se sobrepõem. Ali estavam as famílias que agradeceram e valorizaram muito esta iniciativa.
O Pároco, Pe. Carlos Miguel fez o apelo a continuar a cuidar esta atitude, que não fique apenas em momentos pontuais, mas na perseverança de um caminho que ajude a alimentar a fé de uma forma coerente.
Deixamos alguns testemunhos em primeira pessoa:
Estas crianças e jovens ajudaram-me voltar a viver, pois voltei a ter vontade de sorrir e de ser feliz apesar de tudo aquilo que se passa comigo. E entre sorrisos, olhares e carinho faz-me sentir muito melhor e a começar a ver a vida colorida.
— Inês Caetano
Na minha ida a Mira, eu senti-me realizada, pois estes dias foram muito divertidos. Por um lado, por estarmos numa realidade muito diferente, muitas das vezes nós não damos valor à família que temos e muitas das vezes comparamos os nossos pais aos dos nossos amigos. Quando fui a Mira percebi que era muito injusto tratarmos assim a nossa família, porque quando fazemos isso não estamos a dar o valor aos que sempre cuidaram de nós, e que há muitas pessoas que dariam tudo para ter uma família.
— Leonor Simões
Esta experiência foi das mais enriquecedoras em toda a minha vida. Tive o prazer de vivenciar com estas crianças e jovens que se pode ser feliz apesar de lhes serem negados muitos direitos. Só precisavam de um pouco de carinho e atenção para a vivência do dia a dia ficar mais facilitada. Aprendi que, muitas das vezes, os mais simples gestos, como o de dar a mão, um abraço, chamar pelo nome, uma brincadeira, são muito importantes. Vim de coração cheio e valeu a pena estes dias na Praia da Mira.
–Beatriz Casal
Na minha ida a Mira senti-me realizada pois os dias foram muito diferentes do meu habitual. Por estar numa realidade diferente longe da minha família a quem algumas vezes não dou o valor merecido mas também por ter feito coisas que nunca me imaginei a fazer. Nesta viagem deixei um pouco de mim, de como eu sou, mas também levei um pouco dos meninos com quem estávamos, as aprendizagens que eles nos passaram, mas principalmente lições que iram ficar sempre na minha vida.
— Núria Dias
Nos cinco dias em que nós fomos à Praia de Mira, para nós nos encontrarmos connosco próprios e também para respondermos a algumas perguntas que por vezes muitas pessoas se interrogam por exemplo o que é que nós estamos aqui a fazer? E esta pergunta é muito interessante, porque começamos a dar mais valor à nossa família, pois há muitos meninos que gostavam de ter uma família como eu tenho essa possibilidade.
— Diana Romão