O secretário da Conferência Episcopal Portuguesa disse no passado dia 9 de dezembro no encontro de Natal dos colaboradores da CEP que a caminhada sinodal proposta pelo Papa não é “uma moda”, mas “o modo de ser Igreja”.
“Comunhão, participação e missão” são as palavras centrais da caminhada sinodal proposta pelo Papa Francisco, recordou o padre Manuel Barbosa, que convidou os colaboradores da CEP a um “exercício sinodal”.
A sessão foi dinamizada por Octávio Carmo, jornalista da Agência ECCLESIA, que desafiou os participantes à resposta a uma das questões que faz parte do núcleo temático “autoridade e participação”: “Como podemos promover uma abordagem mais sinodal na nossa participação e liderança?”
A escuta dos participantes resultou na afirmação de que a Igreja “é comunhão” e “isso é mais do que democracia”, a criação de ministérios só por si “não resolve nada” e é necessário passar de uma “estrutura piramidal a uma estrutura mais horizontal” ou mesmo “inverter a pirâmide”, dando mais relevo aos elementos que até agora preenchem a base.
“Que modelos de liderança queremos na nossa comunidade católica? Os que nascem de um compromisso? Como é que esta participação pode ser mais sinodal, mais dialogada, fruto da participações mais horizontais?” foram algumas das questões que marcaram o diálogo entre os participantes.
“Que haja um despego da parte de quem ocupa a hierarquia, vendo-a como um serviço, e de quem procura dinâmicas de participação ativa, sem apego a ideias pessoais, que podem ser rejeitadas”, afirmaram os participantes.
Para os colaboradores da CEP, “deste sínodo deve sair o reforço da unidade da Igreja, não o contrário”, só possível através de dinâmicas participativas, onde a palavra “serviço” esteja no centro de todas as missões.
Para Octávio Carmo, o Sínodo pode ser uma experiência dolorosa” e “não vai ser de outra maneira”, porque vai mexer ideias que a história consagrou e mostrar que “havia erros”.
“Convém não nos fartamos já do Sínodo. É muito exigente, tão exigente que vai colocar trabalho em cima do trabalho que já temos, mas é absolutamente fundamental. Sem este esforço, nada do que já temos na nossa agenda vai fazer sentido daqui a 20 anos”, disse o chefe de redação da Agência ECCLESIA, no encerramento da sessão.
Periodicamente, os colaboradores da Conferência Episcopal Portuguesa realizam encontros de formação e celebração, nomeadamente por ocasião do Natal e da Páscoa.
Adaptado de Agência Ecclesia