Irmãos e irmãs

Esta Solenidade tem entre nós grande significado, em virtude de ser o título da Padroeira de Portugal, e também Padroeira da nossa Diocese e desta Catedral. 

Maria é a Nova Eva (tenhamos presente a 1ª Leitura do Génesis e o Ev. de S. Lucas):

Eva escutou e confiou na serpente; representa a natureza humana que se afasta de Deus. Maria escutou a confiou em Deus; é a mulher nova a corresponder com fidelidade ao projeto de Deus.

Hoje contemplamos a beleza de Deus refletida na sua nova criatura: a Virgem Maria, a mulher nova, a cheia de graça, desde o início da sua existência, é a primeira criatura humana redimida, em virtude da missão salvadora de Cristo.

Com a Virgem Maria, Deus retoma o seu projeto criador. A Conceção Imaculada da Virgem Maria, a sua vida e missão, inscrevem-se no plano salvífico de Deus. Isto é, Deus retoma o seu projeto que prevê a fidelidade da sua criatura. É em Maria que isso vai acontecer e é dela que nasce Aquele que nos salva.

Por Maria, toda a criatura humana é abençoada por Deus seu Criador. Por sua intercessão e pelo efeito da Páscoa de Jesus, é vencido o círculo do poder do pecado. O homem não está condenado a ser um egoísta indiferente e malfeitor. A graça (a ajuda) de Deus está acessível.

No tempo do Advento, a Virgem Maria é a maior referência. Com ela somos convidados a acolher Deus que quer renascer nas nossas vidas e na vida do mundo. Esta Solenidade da Imaculada Conceição, é um apelo à nossa conversão e impulso de fidelidade para acolhermos Aquele que foi anunciado como o Emmanuel, o Deus connosco.  

O pecado original, conforme o Livro do Génesis, revela o efeito do pecado em qualquer tempo; surge como tentação e perturbação. É a tentação de ocupar o lugar de Deus, recusando ser sua criatura que sabe escutar, e é perturbação do caminho de fidelidade percorrido.

A recusa de Deus, da fraternidade humana e da justiça no mundo, tem provocado grandes males contra a natureza criada, o planeta Terra, e contra a vida de milhões de pessoas. O ser humano, no uso da sua liberdade, está sujeito ao pecado mas não está condenado a viver em pecado. Tem remédio, pela obra de Deus realizada em Cristo e o resultado é o que hoje celebramos: Maria é a Mulher fiel e está na origem da iniciativa divina em salvar a sua criatura mais excelente: a pessoa humana. 

Hoje acontece na Igreja o encerramento do Ano de São José. Ano para comemorar os 150 anos da declaração de São José como Padroeiro da Igreja Católica, feita pelo Beato Pio IX, em 8 de dezembro de 1870. Ao lado de Maria, São José, cito o Papa Francisco, “Com o seu trabalho e presença generosa, cuidou e defendeu Maria e Jesus, e livrou-os da violência dos injustos, levando-os para o Egito. No Evangelho, aparece descrito como um homem justo, trabalhador, forte; mas, da sua figura, emana também uma grande ternura, própria não de quem é fraco, mas de quem é verdadeiramente forte, atento à realidade para amar e servir humildemente. Por isso, foi declarado protetor da Igreja universal. Também ele nos pode ensinar a cuidar, pode motivar-nos a trabalhar com generosidade e ternura para proteger este mundo que Deus nos confiou” (Ls 242).

Aos Seminaristas, André, que hoje é admitido às Ordens sacras, Dionísio e Magney que são instituídos Leitores, lembro a responsabilidade que Deus nos atribui ao criar-nos livres. Cristo vos ilumine nas vossas opções. Tende sempre presente a Palavra de Deus. Conhecê-la é conhecer a Cristo e pô-la em prática é a condição para pertencer à sua nova família: “Minha mãe e meus irmãos e irmãs são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática”(Lc 8,21).

Tende presente o testemunho de Nossa Senhora: Mulher de Fé, humilde mas forte e corajosa. Escutou a Palavra, acreditou, confiou, alterou os projetos da sua vida e assumiu os riscos da aventura de seguir a vontade de Deus.

Contando com a intercessão de Nossa Senhora, louvemos a Deus que nos escolheu e consagrou como “seus filhos adotivos por Jesus Cristo, para louvor da sua Glória” (Ef 1).  

Seja louvado Nosso Senhor Jesus Cristo.

+ José Traquina

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